O que é Anti-Fascismo?


O termo antifascismo refere-se a uma ideologia ou movimento político de oposição e combate às mais diversas formas de fascismo expressas tanto dentro da política quanto por grupos que pregam o ódio e a intolerância contra minorias. A expressão é originária da década de 20 e relacionada ao movimento de oposição ao governo fascista de Benito Mussolini, na Itália. 
Sob o intuito de se organizar para combater o fascismo, o neonazismo e todo tipo de preconceito (racismo, sexismo, homofobia, transfobia, xenofobia, etc.), grupos passaram a se organizar e a formar coletivos antifascistas, mais comumente chamados de ANTIFAS. Essas organizações são historicamente compostas por grupos de esquerda ligados a movimentos sociais e ideologias políticas como o anarquismo e o comunismo. Assim sendo, acreditam na igualdade de todas as pessoas independente de cor, classe social, orientação sexual ou gênero, colocando-se ao lado dos explorados e oprimidos e opondo-se a todas as estruturas e mecanismos responsáveis pela desigualdade social.
A luta antifascista é uma luta mundial, mas para que tal unidade seja formada é necessária a articulação de coletivos e redes antifascistas a níveis locais.

Ação AnfiFascista | Como Agimos?

Nossa principal arma é a informação. A divulgação não apenas de nossos ideais, mas também das características do fascismo para que a população saiba identifica-lo é fundamental no combate a essas ideologias que são tão nocivas a nossa sociedade. A educação pública em nosso país deixa muito a desejar no que diz respeito ao ensino do que foram as principais manifestações de fascismo em nossa história, então não é nenhum pouco surpreendente saber que praticamente não se fala sobre o que é fascismo nos dias atuais. Por este motivo, grande parte da população não sabe que ele nunca deixou de existir e, pior: não consegue reconhece-lo dentro de suas próprias atitudes e opiniões. Sendo assim, também não conseguem identificar discursos fascistas dentro da política entre os partidos conservadores e de extrema direita, que muitas vezes acabam elegendo candidatos com a desinformação do povo.
Reconhecer que o fascismo ainda é muito presente em nossa sociedade e combater seus próprios preconceitos é o primeiro passo para combatê-lo. 
Por isso é tão importante esclarecer e conscientizar a população. Agimos por meio da ação direta, fazendo oposição a todas as formas de fascismo, autoritarismo e intolerância e alertando a todos para o perigo da disseminação dessas ideias em nossa sociedade. Além disso, divulgamos nossos ideais por meio da arte, com estêncis, zines, lambe-lambes e outras formas de arte de rua contra-cultural.

O Fascismo no Brasil e a Importância de Apoiar sua AntiFa Local

O Integralismo foi o mais importante movimento fascista nacional e se alicerçava no nacionalismo, no conservadorismo e no fundamentalismo religioso (o que fica evidente no lema “Deus, Pátria e Família”). Em 1932, foi formada a Ação Integralista Brasileira (AIB) por Plínio Salgado e, já no ano seguinte, foi criada a Frente Única Antifascista. O mais famoso embate entre os integralistas e os antifascistas aconteceu em 1934, na Praça da Sé, em São Paulo. O episódio foi apelidado de “revoada das galinhas verdes”, pois os integralistas, que usavam camisas verdes em uma alusão aos “camisas-negras” de Mussolini, correram amedrontados para todos os lados, deixando no chão suas camisas.
Ainda que a Ação Integralista Brasileira tenha sido desarticulada pouco tempo depois, ainda existem muitos grupos espalhados por todo o país defendendo tais ideias. São os chamados Carecas do Brasil, ou 32, que podem ser considerados a expressão máxima do nacionalismo em nosso país. Grupos como os Carecas do ABC, Carecas do Subúrbio e, em Curitiba, a chamada Rádio Combate (originalmente chamada Rádio Careca) são organizações integralistas a nível locais. Em nível nacional, a chamada Frente Nacionalista vem tentando se articular com base nessa doutrina política.
Semelhante ao nacionalismo, mas pregando a superioridade de um determinado local (região, estado, cidade), há também os chamados regionalistas. Os principais movimentos separatistas são o de São Paulo e o “Sul é meu país”, que buscam independência do restante do país e a criação de um novo Estado. O que eles não costumam expor publicamente é que seu “Estado ideal” não inclui a presença de migrantes (lê-se: nordestinos), imigrantes e refugiados, pessoas LGBT’s, comunidades indígenas e todos aqueles que não se encaixam em seus padrões morais, ideológicos e religiosos. 
Ainda que os grupos descritos acima muitas vezes não contenham o elemento racista (ou não assumam publicamente), não podemos nos esquecer dos chamados neonazistas ou White Pride’s (“orgulhosos brancos”), que podem ser considerados os grupos mais violentos e que frequentemente estão envolvidos em ataques contra pessoas negras, LGBT’s, moradores de rua, nordestinos e imigrantes.

Esses são apenas alguns dos grupos que defendem ideias fascistas e que pregam o ódio e a violência contra minorias e toda pessoa julgada por eles como inferior em função de sua origem, raça, sexualidade, gênero ou classe social. 
E convenhamos: qual é a diferença entre as ideias defendidas por tais grupos, que muitas vezes resultam em agressões e até mesmo em homicídios, e o discurso de muitos candidatos durante o período eleitoral e, pior, de políticos já eleitos em Casas Legislativas e no Congresso Nacional?
Essa é a importância de se desmascarar a atual onda conservadora brasileira e nomeá-la pelo que ela realmente é: FASCISMO. 
E essa é também a importância em se criar e apoiar grupos que se organizem e se articulem sob o intuito de se opor e combater a ameaça fascista. 
Informe-se e aprenda a identificar o discurso fascista. Faça propaganda antifascista. Apoie sua antifa local!

Somar, para o fascismo sumir!

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